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30 de novembro de 2010

Conselho de Classe X No Limite/Hipertensão/BBB

O conselho de classe é considerado - por muitos - o verdadeiro reality show dos professores.
É nele que você verá as qualidades, as fraquezas, saberá das fofocas e potencialmente corre o risco de eliminar um dos participantes.

Pra mim, o conselho de classe é um momento de auto-reflexão de mim mesma enquanto profissional, e eu sempre descubro (a cada três meses) que eu não sou a profissional tão boa quanto eu achava ser. Mas o pior mesmo é descobrir que OS OUTROS não são os profissionais que deveriam ser.


Adolf Hitler. Cativando professores com sua ideologia.
O professor, enquanto espécie, divide-se em vários filos, possibilitando um corpo docente deveras heterogênio. Sempre existirá o professor-Mussolini, cujas ordens devem ser obedecidas, o professor-Marx, cuja culpa de todas as coisas ruins do planeta terra centram-se no sistema capitalista (olha eu \o/ ), o professor-Bob Marley, que nunca está exatamente à par do que está acontecendo e é evidente que está fora da realidade, etc. No conselho, esses espécimes são obrigados a conviver juntos e - quem diria - tomar decisões juntos.

O ruim de um conselho de classe é perceber que o profissional do teu lado, aquele que entra no período depois de ti, que usa uma pedagogia radicalmente diferente da tua, não percebe que está tendo problemas. Como diz a minha própria diretora: "Quando um aluno está com nota baixa, desconfia-se do aluno. Quando toda a turma está com nota baixa, desconfia-se do professor".


Eu, particularmente, desconfio em 98% das vezes do professor. Se o professor cativa o aluno, consegue ir muito mais além, mas sempre existem aqueles que seguem a filosofia de Maquiavel, de que é melhor ser temido do que ser amado.

Pessoas amadas acabam baleadas (releitura das idéias de Maquiavel)


Bom, John Lennon foi amado e levou um tiro. Adolf Hitler foi detestado e também morreu. Na dúvida, é sempre bom causar uma boa impressão.

Fico bem decepcionada quando os professores se mostram cansados demais para ensinar, ou inovar, e simplesmente deixam que os alunos tomem conta das aulas. Outros, é duro dizer, acho que não nasceram para essa profissão, e descobrirão do jeito mais difícil. Ainda bem que sempre existirá a bem-sucedida carreira de telemarketing...nem tudo está perdido nesse mundo capitalista!

Muitos ex-professores encontraram profissões de sucesso fora das salas de aula


Faço o possível para que TODOS os meus alunos consigam entender os conteúdos com facilidade e muitas vezes isso me exige o triplo (em relação a tempo e material) de um planejamento comum. Vale a pena pra quem paga o preço. Tenho alunos disléxicos, hiperativos, letárgicos, com déficit de atenção e a típica revolta adolescente que tiveram praticamente 70% de aproveitamento dos conteúdos do ano inteiro.

Confesso que por ser meio preguiçosa, sempre torço para que nenhum dos meus alunos fique em recuperação, pra que eu possa entrar de férias 2 semanas antes. Apesar disso, se fosse necessário, eu o faria. Há outros que inevitavelmente precisam deixar os alunos de recuperação. Compadeço-me desses.

Alunos, além de muitas outras coisas, são pessoas. E reagem.

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