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23 de dezembro de 2010

Humor


Só pra não esquecer dos alunos durante as férias!


Confesso que eu não entendi a moral da folha com risquinhos. Acho que a professora só queria ocupar o tempo das crianças...

21 de dezembro de 2010

Fatos do dia: Acessos ao blog

Pois então.

Vinha eu, de longa data, me questionando sobre os acessos ao blog.
Já é final do ano e o contador de visitas registra pelo menos 300 acessos, alguns de fora do Brasil.

Intriguei-me.
Será que os professores de outros países também estão sofrendo?!
Será que a fama do meu blog já tomou proporções mundiais?

Infelizmente, não, caríssimo leitor.

Descobri que ele foi incluído como "sugestão de acesso durante a espera" junto a blogs de história pelo site PINGY (que suponho ser de downloads). Qual foi o critério usado? Não sei. Mas da próxima vez que você estiver fazendo downloads, entre nos sites sugeridos e tenha uma experiência inesquecível.



Tenho certeza que os caras da Croácia nunca esquecerão meus conselhos!

10 de dezembro de 2010

Descanso mental, tédio, replanejamento.

A gente só percebe o quanto tempo passa planejando uma aula por dia quando, subitamente, não precisa planejar mais nenhuma aula por dia.

Nesses últimas dias em que entrei de férias (eba!) dos alunos e já concluí a arrumação da biblioteca, vinha notando um fenômeno estranho. Eu chegava em casa, no mesmo horário de sempre, mas agora conseguia responder emails e jogar joguinhos online. Alguma coisa estava errada.

Dei-me conta de que o meu tempo de planejamento de aulas diário era tão grande que agora que não preciso mais planejá-las, não sei o que fazer com o tempo. Comecei a sentir tédio.

Representação imagética do tédio

Por um lado, não dá pra reclamar. Terminei de ler o livro que tinha começado há dois meses, e estou tendo um belo descanso mental.

Por outro lado, tive que me encher de terapias ocupacionais, porque não sei mais o que fazer se não estiver dando aula.

Até o Natal, eu certamente já terei organizado todos os planos de aula pro ano que vem, os capítulos de livros que vou usar, os filmes que vou passar, os trabalhos que vou pedir e os passeios que pretendo fazer. E dou a dica: você, professor, que deixa pra pensar em tudo isso só em fevereiro, adiante-se! Um bom planejamento faz com que seus alunos não saiam da escola sem saber o que foi a Ditadura ou a fórmula de báskara, só porque não deu tempo.

Não adianta trapacear. Nenhum aluno jamais estudará o conteúdo do último capítulo do livro.

A minha fórmula pra um planejamento bem regulado e bem tranquilo (e tem funcionado) é a seguinte:

  • Divida o ano em três trimestres, cada trimestre em 3 meses (dã!) e cada um desses meses em aprox. 10 semanas.
  • Planeje a aula POR SEMANA, porque é mais prático. Assim não precisa se planejar a aula por dia, detalhadamente, e nem se planeja por mês, não sabendo o que vai dar em cada um dos dias.
  • Nesse ano, tive a sorte dos meus períodos serem sempre juntos. Ou seja, tinha 2 períodos juntos de história ou geografia com a mesma turma. Portanto, o que eu havia planejado para aquela semana, deveria ser cumprido nos dois períodos que eu tinha naquele dia.
  • Separe, por semana, qual a matéria que você deve dar, quais as páginas do livro didático que servirão de apoio e qual será o possível trabalho ou tema de casa (uma redação, um filme, uma pesquisa)
  • Caso os meus períodos com cada turma fossem separados (p.e., aula de história para a 6ª série na segunda e na quarta), o planejamento da semana deveria ser cumprido dentro desses dois períodos "espalhados".
  • Deixe sempre uma "semana" para revisão e avaliação. Já sei, por experiência própria, que não é bom dar matéria antes ou depois de qualquer prova. O dia de prova tem que ser só o dia de prova e deu. O aluno não se concentra em nada além disso.

Pode parecer muito trabalho dividir as coisas assim, mas pra quem não tem tempo, é um planejamento valiosíssimo. Em pelo menos duas turmas eu concluí a matéria muito antes do tempo previsto, pelo menos umas 3 semanas antes das avaliações finais. Em outras, cumpri no tempo exato. Em algumas poucas o planejamento ficou muito atrasado, mas coincidiu justamente com os feriadões e copa do mundo, e isso atrasou muito as aulas.

Quando a gente não tem tempo pra nada, é um alívio chegar em casa e ler no planejamento que no outro dia a matéria é só da p.180 até a 182. Você lê as duas páginas, pesquisa só sobre esse assunto e a coisa anda muito mais rápido do que pesquisar o assunto na íntegra.

Abaixo, um exemplo de planejamento.
São as semanas de aula do 9ºano, no segundo trimestre.




Graças ao bom Deus que pra 2011 o planejamento anual fica exatamente igual e o livro usado será exatamente o mesmo. Ou seja, o planejamento será o mesmo, não preciso mexer nem na numeração das páginas do livro, mas com alguns incrementos.

Se alguém quiser uma cópia da tabela que eu uso pro planejamento, é só deixar um comentário, nessa postagem, com nome e email, que eu mando em anexo.

4 de dezembro de 2010

Tentando coisas novas: Filme HOTEL RUANDA



Todos sabem que sou adepta dos filmes em prol da educação, mas nem sempre eles são realmente interessantes pra se passar em uma sala de aula. Apesar dos meus alunos gostarem bastante de filmes de guerra e ação, não são meus tipos preferidos, prefiro aqueles que o enredo tem uma certa fidelidade histórica ou toques de humor.

Filmes feitos na década de 70, por mais que sejam coloridos, não costumam chamar a minha atenção*, a menos que sua mensagem seja realmente única.

Tirei a sorte grande ao descobrir o filme Hotel Ruanda. Ele não se concentra na parte econômica (assim como o filme Diamantes de Sangue que, confesso, não gostei muito) e nem trata de escravidão (no estilo Amistad), o que é relativamente raro de se ver em filmes que tratam especificamente sobre a África.

Hotel Ruanda fala sobre a guerra civil africana, entre o povo tutsi e o povo hutu, mas apesar de situar-se na África, não aparecem só cenas de miséria. É um filme muito atual, muito moderno, e eu recomendo aos professores que tratarão sobre a realidade (atual) africana. Sugiro, apenas, que siga a recomendação em relação à idade, que eu creio ser para maiores de 14 anos.

Um dos poucos filmes de conflito que me deixou bastante encantada e tem um quê de "A Lista de Schindler".


* Com exceção dos filmes do grupo Monty Phyton, que são e sempre serão atemporais e engraçados demais!

3 de dezembro de 2010

Sobre o pavor de acabar o curso

Final do ano está chegando e, com ele, todos os encerramentos.
Os professores encerram os planejamentos e os cadernos de chamada¹
Os alunos encerram - com prazer - as aulas.
E eu (Jesus amado, me ajuda) estou encerrando o curso de História.

O meu desespero é totalmente compreensível. Eu não construo nenhum produto, não projeto nenhuma tecnologia e nem preciso organizar nenhuma estatística. O fruto do meu trabalho são pessoas que, graças à mim, podem ter a formação que precisam pra vida.

Ou não

Se eu conseguir, pode ser que saiam novos embaixadores da ONU, geógrafos, exploradores da natureza. Se eu falhar, talvez eles entrem pra política e elejam-se vereadores. É um risco que eu corro, ainda mais estando sozinha.

Durante o tempo em que comecei a dar aula, estive sob os cuidados dos meus próprios professores, que sempre me indicavam um lançamento de livro, ou um filme desconhecido que poderiam me ajudar didaticamente. Depois que eu me formar estarei sozinha. À mercê de mim mesma.

E dos alunos
Talvez seja por isso que muita gente não termina o curso. A jubilação da faculdade está em alta nesses dias.

Não acredito que um professor consiga se manter apto a ensinar por muito tempo sem estar em constante contato com o mundo acadêmico. Mesmo que ele seja ingrato, injusto, hipócrita e totalmente falso²

Portanto, estar sozinha e ensinando pequenas pessoas me deixa bem apavorada. Graças a Deus muitas coisas boas ficaram, e meus professores foram pessoas maravilhosas. Um deles, meu paraninfo, até concordou em fazer fotos malucas comigo.
Manoel me coroando Cavaleira-Docente da Primeira Ordem em História

Espero ser pros meus alunos aquilo que o meu professor foi pra mim: um amigo, um cara que folgava muito na gente, que dizia que não nos aguentava mais ver, mas que ficava feliz da vida quando ganhava de nós uma paçoquinha ou quando fugíamos pra aula dele ao invés de permanecer nas aulas dos outros professores.

Enfim, Deus ajude a nós todos.
Rumo à pós-graduação!

____________________________

¹ Fui encerrar, passar a régua e rubricar meu caderno de chamada apenas hoje, dia da entrega dos boletins.
² Indignação total com a comunidade acadêmica depois que a minha pesquisa de um ano e meio sobre os Mucker - de total relevância social e importante pro turismo - não ganhou nenhum reconhecimento enquanto pesquisas históricas, específicas demais para serem usadas por qualquer pessoa além das próprias pessoas que pesquisaram, ganharam prêmios internacionais.

UPDATE

Não sei por que esse tipo de informação só aparece depois que a gente termina o curso, mas pra quem está na batalha, aqui vai. (Momento capitalista mode on)



Belíssima contribuição de @polisanchez para o blog. Ela também já passou por essa fase e tirou um A na defesa da monografia.
Fica a dica, pessoal!
OBS: Se algum dos meus alunos resolver usar os préstimos dessa empresa, estará compulsoriamente rodado.