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16 de julho de 2011

11 de junho de 2011

Tentando Coisas Novas: Enciclopédias.

Da onde se copiava os trabalhos no meu tempo de escola.


Buscando RADICALIZAR o ensino e levar os alunos ao EXTREMO de sua capacidade e resistência, fiz o que nenhum outro professor (que eu conheça) jamais ousou fazer: pedi para pesquisarem em enciclopédias.


Como agora acumulo as funções de "professora de história" e "tia da biblioteca", fiquei toda feliz quando os primeiros vieram pesquisar...até o momento em que eles REALMENTE quiseram pesquisar.


  
Da onde se copiam os trabalhos hoje.

Vi no olhar desses alunos o brilho da descoberta:

"Sora, onde estão as enciclopédias?"
"Ali em cima, enfileiradas na estante"
"Ah, quer dizer que ISSO é que é uma enciclopédia?"

Vi desabrochar o interesse pelo conhecimento:

"Sora, o que uma enciclopédia faz?"
"Ela é uma tentativa iluminista de reunir todo o conhecimento do universo"
"Tá, mas o que ela FAZ?"

Vi a aprendizagem de processos complexos:

"Sora, como se pesquisa numa enciclopédia?"
"Defina o que você quer e procure pela ordem alfabética"
"MAs COMO se procura por ordem alfabética?"

Vi momentos de profunda epifania acadêmica:

"Sora, olha aqui! A senhora não vai acreditar!"
"O que aconteceu?"
"Essa enciclopédia é uma CÓPIA da Wikipédia!"

...alguém me salve!

O Retorno

Animação pré-volta ao trabalho.


Eu sei, leitor.
Minha postagem de retorno às aulas deveria ter sido em março, e não em junho.
Mas se tem uma coisa que o curso de História me ensinou é que datas não são assim tão importantes.

Comecei o ano com uma façanha inédita...dando conteúdo no primeiro dia de aula!

Óbvio que eu não poderia fazer isso declaradamente, sob pena de ser esfolada pelos alunos. Então, usando todo o conhecimento adquirido com as mensagens subliminares da Disney, consegui DISFARÇAR o conteúdo.

Disney: finalmente me serviu pra alguma coisa.

A primeira paginazinha do caderno de história deles contém ilustrações de como SUPOSTAMENTE os trabalhos científicos deveriam ser. Adeus trabalhos sem bibliografia e capas feitas de folha de caderno.

17 de fevereiro de 2011

Propostas de melhoria para a educação brasileira - II

Seguindo com a série de propostas, desta vez começamos a avaliar os problemas do outro lado da balança. Entramos em uma questão pontual dentro do corpo de professores de qualquer escola.

Que é pontual, mas é estrutural. Mas não é. Ou é...

2 - O PERFIL PSICOLÓGICO

Todo mundo - exceto os multimilionários, os ganhadores da mega-sena e os parentes de políticos - fez, ou vai fazer algum dia, uma entrevista de emprego. Aliás, algumas várias entrevistas de emprego. E em todas elas, vai ouvir falar sobre o tal do perfil. Não há nenhuma empresa que se preste que não procure o tipo certo de profissional para cada função.


Entretanto, na escola isso não acontece (e eu falava sobre empresas que prestam). O professor é contratado e atirado na primeira turma que surge uma vaga. O resultado? professores jovens e descolados dão aula pra 5ª série, velhos ranzinzas e disciplinadores estão no 3º ano e os mais depressivos são jogados na 7ª.

Se cada escola fizesse um perfil psicológico de cada professor, poderiam colocar o profissional adequado em cada tipo de turma. Com isso, não apenas o ensino melhora como o próprio sentimento dos professores também, uma vez que o seu estilo vai se encaixar perfeitamente com a turma - adeus aos velhos conflitos onde um não entende o outro. A partir da necessidade da turma, se escolhe o profissional adequado.

Até os mais ortodoxos encontrariam seu nicho.

3 de fevereiro de 2011

Propostas de melhoria para a educação brasileira - I

Discutindo com colegas de curso e de profissão, falávamos sobre as necessidades de melhoras nas instituições educacionais brasileiras. Era mais uma de tantas longas noites de estudo na faculdade.

Onde as mentes mais brilhantes têm as melhores ideias.

Ao final, resumi minha opinião em três propostas. Todos os colegas aos quais as apresentei concordaram com cada uma delas. Separei cada proposta em um artigo, que serão publicandos ao longo do mês.

1 - O FIM DA 5ª SÉRIE

Pergunte para qualquer professor quais a turmas mais difíceis de se ensinar. 15 em cada 10 respostas será "a 5ª série" (metade irá citar DUAS turmas do mesmo ano). A explicação é simples: dentro do processo de desenvolvimento humano, a idade correspondente à 5ª (entre 10 e 12 anos) é justamente a mais complicada dentro da relação adulto x criança. Há um constante choque entre docentes e discentes, coisa que ocorre com muito menos frequência na 4ª e na 6ª.

Então, porquê não dar um ano de férias para a criançada? Deixe que brinquem, que se sujem, que joguem bola ou videogame. Mas não pensem que quero apenas "me livrar" das crianças. Pelo contrário. Minha tese também engloba o outro lado da questão: como os alunos se beneficiam com esse ano tão polêmico? É muito mais produtivo que elas gastem toda a energia em brincadeiras saudáveis, que com certeza irão contribuir muito mais com seu desenvolvimento como cidadãos honrados.


Eu não tenho nenhuma recordação de quando fiz a 5ª série, exceto de ter sido transferido de uma das melhores escolas da cidade para uma das piores. De fato, tenho absoluta certeza que não aprendi absolutamente nada durante o ano letivo. Em compensação, lembro vivamente do que vivi no ano seguinte, e mais ainda da 4ª série. Até porquê foi o ano em que ganhei minha primeira camisa de futebol.

Estudei na 4ª série em mil novecentos e Nildo.

A 5ª série é um buraco negro dentro do sistema educacional.

23 de janeiro de 2011

Gráficos da vida escolar


Na verdade, sempre dá pra fazer na noite anterior. Nós que não queremos que vocês façam, só de maldade.

Isso quando eles sabem que tem prova.


Não posso culpá-los. Eu também aprendi assim.

Tem, e é dissertativa.

Vou começar a postar os gráficos das aulas de geografia no blog.

Por isso que eles nunca fazem o bendito xixi na hora do recreio.

"A professora me odeia e contou as notas erradas de propósito"

Fica difícil convencê-los a estudar álgebra quando as estatísticas são tão convincentes.

Essa lei de Murphy se aplica, inclusive, com analfabetos.

As minhas estão todas no limbo. Agora eu peço emprestado pros alunos.

Falta muito Discovery Channel naquelas cabecinhas.

E todos os alunos têm meu msn.
Eu condeno. Mas faria igual. Video-game me ensinou inglês.

20 de janeiro de 2011

Notícia: Inovações Tecnológicas

Finalmente podemos ver que a tecnologia está a favor da sanidade mental do professor.

"Certo" - diriam vocês - "mas o robozinho está ajudando o aluno doente, e não a professora".

No entanto, a única coisa em que consigo pensar é que, nas escolas públicas com turmas de 50 alunos, seria uma dádiva ter vários robozinhos desses.

Como tenho fé na educação brasileira, creio que em cerca de 150 anos teremos essa tecnologia aqui.
Eu até abriria mão do meu adicional de periculosidade se as aulas fossem todas à distância.

Leia a notícia, vinculada do site Globo.com no dia 20 de janeiro de 2011:

Estudante doente em casa é substituído por robô em sala de aula

Por meio de uma tela, o aluno se comunica com o professor

O estudante de uma escola em Moscou, na Rússia, Stepan Sopin, de 12 anos, ainda está se recuperando da leucemia e, por isso, não pode estar presente em sala de aula. Para que ele não perca o ano, um robô de plástico o está substituindo.

Por meio de uma tela instalada no robô, Stepan consegue assistir às aulas e aprender as lições no conforto de sua casa. O robô transmite tudo em tempo real, e Stepan recebe as imagens em seu computador, por onde ele controla os movimentos do robô. E, por meio da tela alojada no androide, Stepan consegue interagir com a professora e os colegas.

Professores doentes também podem usar o recurso? Hum....idéias...





Para ler a notícia no site, clique aqui.

18 de janeiro de 2011

Início do ano letivo de 2011

Honestamente, não sei quando começa o ano letivo.

O fato é que nada no Brasil efetivamente começa antes do carnaval, então considerarei o carnaval como ponto de partida (que para nossa desgraça, esse ano é só lá em março).

Mas isso não atrapalha em nada as matrículas, rematrículas e listas enoooormes de materiais escolares e livros didáticos a serem comprados.

Para todas aquelas mães que terão bolhas nos pés caminhando de papelaria em papelaria atrás do caderno mais barato do Ben10 e dos estojos multiformes que vêm com canetinhas desconhecidas de brinde, um consolo: esses materiais REALMENTE são utilizados.

A parte ruim da volta às aulas.

A parte boa da volta às aulas.


E eu garanto, mamãe e papai, que é melhor COMPRAR o material pro seu filho (que é o seu papel) do que ter que USAR o material com o seu filho (que é o meu papel). Afinal, passar o cartão de crédito na maquininha nunca gerou stress pós-traumático em ninguém. Em compensação, basta UM pedaço de argila...

Enfim. Entrem no clima. 2011 está aí.